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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Humanismo X Gil Vicente


Humanismo – Gil Vicente “o auto da barca do inferno”
O Humanismo foi um período de transição entre o fim da Idade Média e a Idade Moderna, caracteriza-se pelo crescimento das cidades e o enfraquecimento do feudalismo. Com a perda de poder dos senhores de terras, os reis se aliam aos burgueses, principalmente comerciantes, passando a dividir com a Igreja o poder político.
É um período iniciado em 1418, quando D. Duarte nomeia Fernão Lopes como guardador da Torre do Tombo, o arquivo central do Estado Português desde a Idade Média, e termina quando Sá de Miranda retorna da Itália, em 1527, trazendo para Portugal a cultura clássica.
Historicamente o Humanismo foi um movimento intelectual italiano do final do século XIII que se irradiou para quase toda a Europa, isto porque, após a queda de Constantinopla em 1453, muitos intelectuais gregos entre eles professores, religiosos e artistas, refugiaram-se na Itália e começaram a difundir uma nova visão de mundo, mais antropocêntrica, indo de encontro à visão teocêntrica medieval. O termo Humanismo é polissêmico, podendo ser considerados sob vários enfoques, ao mesmo tempo distintos e interdependentes.
O teatrólogo e ator português Gil Vicente é fruto desta época, criou o que se convencionou chamar de teatro vicentino, caracterizado pelo poder da sátira. Sua biografia repleta de incertezas se dá aproximadamente entre 1465 e 1536, no contexto do que se convencionou chamar de Humanismo.  Gil Vicente cresceu nesse universo, escreveu autos, comédias e farsas, em castelhano e em português. São conhecidas 44 peças, 17 em português, 11 em castelhano e 16 bilíngues.
Gil Vicente foi o primeiro que fez com que Portugal, em suas encenações, usasse o texto, e também foi um dos maiores poetas da época e um dos autores mais originais do Quinhentismo europeu. Gil Vicente foi tido pelos espanhóis como um dos maiores autores que escreveu em Língua Castelhana, como um dos iniciadores da altíssima poesia dramática de vários outros autores.
Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno. Ele teria nascido por volta de 1465, em Guimarães ou em outro lugar na região da Beira. Casado duas vezes, teve cinco filhos, incluindo Paula e Luís Vicente, que organizou a primeira compilação das suas obras.
Entre os autos, a Trilogia das Barcas (Barca do Inferno, 1517; Barca do Purgatório, 1518; e Barca da Glória, 1519) reúne peças de moralidade, que constituem uma alegoria dos vícios humanos; e o Auto da Alma, de 1518, encena a transitoriedade do homem na vida terrena e os seus conflitos entre o bem e o mal. As farsas, como Quem Tem Farelos?, 1515; Mofina Mendes, 1515, e A Farsa de Inês Pereira, 1523, realizam quadros populares de força moral e simbólica, num tom cômico mais contundente.
 Voltando á falar da obra escrita em 1517, O Auto da Barca do Inferno é das obras mais representativas do teatro vicentino. Como em tantas outras peças, nesta o autor aproveita a temática religiosa como pretexto para a crítica de costumes. Num braço de mar estão ancoradas duas barcas. A primeira, capitaneada pelo diabo, faz a travessia para o inferno; a segunda, chefiada por um anjo, vai para o céu. Uma a uma vão chegando às almas dos mortos um fidalgo, um onzeneiro (agiota), um parvo (bobo), um sapateiro, um frade (padre) levando sua amante, uma alcoviteira, um judeu, um corregedor (juiz), um procurador (advogado do Estado), um enforcado e quatro Cavaleiros de Cristo (cruzados) que morreram em poder dos mouros. Todos tentam evitar a barca do diabo. Mas apenas o parvo e os cruzados conseguem embarcar para o céu.

Se Gil Vicente criasse esta mesma obra nos dias de hoje, ele fazeria as seguintes comparações dos seus personagens, sempre criticando as classes da sociedade, isso tudo serve para nós refletirmos nos tipos de pessoas q podemos encontrar atualmente, pessoas q se ligam a valores materiais e esquecem-se dos valores espirituais, esquecem-se q esta é uma vida passageira, começando com o fidalgo ele seria uma pessoa que participa da nobreza ou seja da classe alta, que são as pessoas que possuem o pecado da luxuria as mesmas pretende privilégios, precisa ter alguém para servi-lo deseja ser tratado com cortesia. O frade que seria os padres da nossa igreja, que mesmo dando o seu voto de castidade acabam desviam e corrompendo este voto com a igreja, mas tudo isso escondidos, pois muitos acabam abusando sexualmente de crianças que geralmente são coroinhas das paróquias, outros se deixam levar para os vícios de bebidas e até mesmo ao pecado da carne, o desejo sexual. Temos também o onzeiro que se espelha nos comerciantes que adoram roupar com preços de suas mercadorias muito altos sobre as pessoas físicas, também aqueles que sonegam impostos assim roubando do governo, sem contar que aos próprios políticos se encaixam nesta característica, pois adoram roubar o dinheiro dos cidadãos e ainda compram votos do povo. E a outra comparação é da alcoviteira, que são as prostitutas, que se prostituem para arrumar dinheiro pois segundo elas é uma forma gostosa e rápida para se arrumar dinheiro.

Moisés, Massaud, 1928- a literatura portuguesa através dos textos/ 30. Ed. São Paulo: Cultrix, 2006

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