literatura

literatura
literatura é arte de aprender

terça-feira, 19 de novembro de 2013

classicismo

Classicismo

   É a fase literária do Renascimento, movimento de renovação cientificam artística e cultural, que marca fim da idade média e nascimento da idade moderna da Europa. O renascimento é o fruto do crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades europeias.
   A época do classicismo inicia se em 1527, com o grandioso Sá de Miranda regressando da Itália, entra a divulgar em Portugal os novos ideais estéticos e termina em 1580, quando falece Camões e Portugal passa o domínio da Espanha. Constituindo a faceta estética da renascença, o movimento clássico, assim chamado porque objetivava a imitação dos antigos gregos latinos, deu margem ao cultivo da poesia, da historiografia, da literatura de viagens, da novelística, do teatro clássico e da prosa doutrinária.
   O poeta mais importante do classicismo português foi Luiz Vaz de camões, sendo a sua maior obra, os Lusíadas, a maior epopeia já escrita em português. Camões nasceu em 1524 ou 1525, talvez Lisboa, Alenquer, Coimbra ou Santarém. Era originário de família fidalga da Galiza, na sua juventude frequentou a corte e alguns cursos escolares onde teve contato com alguns escritores antigos e modernos como Homero, Virgilio, Ovídio, Petrarca, Boscán, Garlacioso e outros. Em um combate na áfrica acaba perdendo o olho direto, volta a Lisboa e em 1552 na recessão de Corpus Christi, fere Gonçalo Borges, servidor do paço. Em 1553 escapa da prisão e viaja para Índia. Em 1556 assume o cargo de “provedor dos bens de defuntos e ausentes” em Macau, onde teria composto parte dos Lusíadas. Camões produzia poesias do gênero lírico, épico e peças teatrais. Gostava de relatar as glórias do povo português.
   Segue um trecho da principal obra de camões, os Lusíadas, um poema que celebrava feitos marítimos e guerreiros recentes de Portugal, narrando também à história do país. É constituída por 1102 estrofes organizadas em oitava rima (abababcc) e 8816 versos todos decassílabos.
Os lusíadas
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Invocação às Ninfas do Tejo [...] (Camões, 1572) -
http://oslusiadas.org/i/3.html
   Também teve importância na era do classicismo o poeta Francisco Sá de Miranda, quem introduziu os conceitos renascentistas e o soneto á Portugal. Antes os poemas eram formados por redondilhas menores (cinco silabas poéticas) e redondilhas maiores (sete silabas poéticas), mas com a introdução do soneto passaram a ver versos decassílabos. Tudo isso foi possível porque na Itália Sá de Miranda entrou em contato com o humanismo e pode através dele mudar a visão medieval que tinha e levar o classicismo á Portugal trazendo uma nova estética, introduzindo o soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas e as comédias estrangeiras e Vilhalpandos, e algumas Cartas em verso, sendo uma delas dirigida ao rei D. João III, de quem era amigo. Faleceu em amares, no Minho, na quinta para onde se retirara por não se ter adaptado á vida da corte.
   Segue um trecho de uma de suas principais obras:
Comigo me desavim.
Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor, da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?[...] (Sá de Miranda,)
   Bernardim ribeiro foi um escritor e poeta português renascentista. A sua principal obra é a novela saudades, mais conhecida, porém como menina e moça (da primeira frase da novela, que se tornou um tópico da literatura portuguesa: menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe...)
   Teria freqüentado a corte de Lisboa, colaborou no cancioneiro geral de Garcia de Resende, que assim como Bernardim pertenceu á roda dos poetas palacianos juntamente com Sá de Miranda, Gil Vicente e outros.
   Praticamente nada se sabe de certo na vida de Bernardim Ribeiro. Presume-se que nasceu por volta de 1482. Não se conseguiu ainda provar que este poeta Bernardim Ribeiro e um seu homônimo que frequentou entre 1507 e 1511, a universidade de Lisboa, e que em 1524 foi nomeado escrivão da câmara, fossem a mesma pessoa.
   Tão misterioso quanto o nascimento é a morte do escritor. Alguns autores datam-se como 1552. Porém, pela leitura da écloga Basto de Sá de Miranda é escrita antes de 1544, verificamos que este autor se refere ao seu “bom ribeiro amigo” como já falecido.
   Considerando especulativas todas as referencias sobre as datas e locais de nascimento, período de vida e morte de Bernardim Ribeiro, algumas alusões autobiográficas á "aldeia que chamam torrão” e a um “monte” podem levar-nos a considerar que o autor era oriundo da vila do torrão, baixo Alentejo. Na vila encontra-se atualmente uma estatua em homenagem ao escritor. Outro monumento ao autor pode ser encontrado no museu de évorora onde existe uma estatua de António Alberto Nunes (1838 – 1912).
   Segue em seguida um trecho da obra Menina e Moça de Bernardim Ribeiro.
Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe. Que causa fosse então a daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora não lhe ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi. Vivi ali tanto tempo quanto foi necessário para não poder viver em outra parte. Muito contente fui a aquela terra, mas, coitada de mim, que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava. Grande desaventura foi a que me fez ser triste ou, per aventura, a que me fez ser leda. Depois que eu vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal que tinha. [...] (RIBEIRO, 1645)
   Concluindo, o classicismo foi, no plano literário, o retrato vivo da renascença. Os escritores clássicos do renascimento seguiram de perto a literatura da antiguidade, cujos modelos foram imitados ou adaptados á realidade da época. Como conseqüência, suas obras revelaram, na estrutura formal, a rigidez das normas de composição de acordo com os padrões consagrados pela tradição greco-latina. Em seu conteúdo, mostravam o paganismo, o ideal platônico de amor e outras marcas especificam de tradição antiga. As notas medievais quinhentistas contêm um impulso que se tornou presente, explicitamente ou não ao longo de toda a literatura portuguesa, cruzando os séculos. O classicismo é profundamente influenciado pelos ideais humanistas, que colocam o homem como o centro do universo. Reproduz o mundo real de forma verossímil, mas moldando o segundo o que é considerado ideal.
Referencias:
Moisés, Massaud, 1928- a literatura portuguesa através dos textos/ 30. Ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
WWW.slideshare.net/bernardim-ribeiro
Cvc.instituto-camoes.pt/ literatura/bernardim.
WWW.portaldaleitura.com/livros.php?livro1244
WWW.terravista.pt/aguaalto/4589


Nenhum comentário:

Postar um comentário