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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Temas para redação sobre poder econômico e inspiração artística.

Temas para redação sobre poder econômico e inspiração artística.
  1. 1.      O poder monetário exercida por uma administração pública ou privada é conhecido também por poder econômico, fale um pouco sobre este tema.
  2. 2.      Será que pelo simples fato de um país possuir  um poder econômico, ele é considerado rico?
  3. 3.      O ritmo acelerado do envelhecimento da população é cada vez mais um dos principais temas econômicos do Brasil, de a sua opinião sobre este tema.
  4. 4.      Qual a influência que a literatura tem na memória de uma criança.
  5. 5.      As crianças são moldadas de acordo com a cultura em que vivem e como são criadas, portanto se colocarmos a literatura na frente delas desde pequenas, gostarão de literatura para sempre?
  6. 6.      Cada pessoa tem um modo de escrever suas musicas, poemas, poesias ou livros, a maioria dizem que se inspirou em alguma coisa ou pessoa, seria possível escrever uma musica sem inspiração nenhuma?
  7. 7.      O trabalhador brasileiro, em sua grande maioria, recebe salário mensal e também um ponto de referência  chamada "Cesta Básica", isso relaciona-se com poder econômico do Brasil?
  8. 8.      É importante que você assuma uma posição a favor ou contra da idéia apresentada: As constantes crises políticas brasileiras, os escândalos de corrupção, a deficiente fiscalização e regulação por órgãos e autarquias governamentais e mesmo boa parte dos problemas sociais, aí incluída a violência, têm um componente que continua impenetrável: o poder econômico. 
  9. 9.      No decorrer de nossas vidas, escolhemos muitos caminhos sempre diferente de nossos amigos e conhecidos, muitos procuram uma formação, sendo assim fale um pouco sobre os responsáveis por sua formação social ou não, ou seja, seus pais e familiares, professores, orientadores religiosos, líderes políticos, intelectuais, autoridades, enfim a sociedade em si.
  10. 10.  Qual a solução ética mas propícia para a resolução da desigualdade social?

Humanismo X Gil Vicente


Humanismo – Gil Vicente “o auto da barca do inferno”
O Humanismo foi um período de transição entre o fim da Idade Média e a Idade Moderna, caracteriza-se pelo crescimento das cidades e o enfraquecimento do feudalismo. Com a perda de poder dos senhores de terras, os reis se aliam aos burgueses, principalmente comerciantes, passando a dividir com a Igreja o poder político.
É um período iniciado em 1418, quando D. Duarte nomeia Fernão Lopes como guardador da Torre do Tombo, o arquivo central do Estado Português desde a Idade Média, e termina quando Sá de Miranda retorna da Itália, em 1527, trazendo para Portugal a cultura clássica.
Historicamente o Humanismo foi um movimento intelectual italiano do final do século XIII que se irradiou para quase toda a Europa, isto porque, após a queda de Constantinopla em 1453, muitos intelectuais gregos entre eles professores, religiosos e artistas, refugiaram-se na Itália e começaram a difundir uma nova visão de mundo, mais antropocêntrica, indo de encontro à visão teocêntrica medieval. O termo Humanismo é polissêmico, podendo ser considerados sob vários enfoques, ao mesmo tempo distintos e interdependentes.
O teatrólogo e ator português Gil Vicente é fruto desta época, criou o que se convencionou chamar de teatro vicentino, caracterizado pelo poder da sátira. Sua biografia repleta de incertezas se dá aproximadamente entre 1465 e 1536, no contexto do que se convencionou chamar de Humanismo.  Gil Vicente cresceu nesse universo, escreveu autos, comédias e farsas, em castelhano e em português. São conhecidas 44 peças, 17 em português, 11 em castelhano e 16 bilíngues.
Gil Vicente foi o primeiro que fez com que Portugal, em suas encenações, usasse o texto, e também foi um dos maiores poetas da época e um dos autores mais originais do Quinhentismo europeu. Gil Vicente foi tido pelos espanhóis como um dos maiores autores que escreveu em Língua Castelhana, como um dos iniciadores da altíssima poesia dramática de vários outros autores.
Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente, autor de Auto da Barca do Inferno. Ele teria nascido por volta de 1465, em Guimarães ou em outro lugar na região da Beira. Casado duas vezes, teve cinco filhos, incluindo Paula e Luís Vicente, que organizou a primeira compilação das suas obras.
Entre os autos, a Trilogia das Barcas (Barca do Inferno, 1517; Barca do Purgatório, 1518; e Barca da Glória, 1519) reúne peças de moralidade, que constituem uma alegoria dos vícios humanos; e o Auto da Alma, de 1518, encena a transitoriedade do homem na vida terrena e os seus conflitos entre o bem e o mal. As farsas, como Quem Tem Farelos?, 1515; Mofina Mendes, 1515, e A Farsa de Inês Pereira, 1523, realizam quadros populares de força moral e simbólica, num tom cômico mais contundente.
 Voltando á falar da obra escrita em 1517, O Auto da Barca do Inferno é das obras mais representativas do teatro vicentino. Como em tantas outras peças, nesta o autor aproveita a temática religiosa como pretexto para a crítica de costumes. Num braço de mar estão ancoradas duas barcas. A primeira, capitaneada pelo diabo, faz a travessia para o inferno; a segunda, chefiada por um anjo, vai para o céu. Uma a uma vão chegando às almas dos mortos um fidalgo, um onzeneiro (agiota), um parvo (bobo), um sapateiro, um frade (padre) levando sua amante, uma alcoviteira, um judeu, um corregedor (juiz), um procurador (advogado do Estado), um enforcado e quatro Cavaleiros de Cristo (cruzados) que morreram em poder dos mouros. Todos tentam evitar a barca do diabo. Mas apenas o parvo e os cruzados conseguem embarcar para o céu.

Se Gil Vicente criasse esta mesma obra nos dias de hoje, ele fazeria as seguintes comparações dos seus personagens, sempre criticando as classes da sociedade, isso tudo serve para nós refletirmos nos tipos de pessoas q podemos encontrar atualmente, pessoas q se ligam a valores materiais e esquecem-se dos valores espirituais, esquecem-se q esta é uma vida passageira, começando com o fidalgo ele seria uma pessoa que participa da nobreza ou seja da classe alta, que são as pessoas que possuem o pecado da luxuria as mesmas pretende privilégios, precisa ter alguém para servi-lo deseja ser tratado com cortesia. O frade que seria os padres da nossa igreja, que mesmo dando o seu voto de castidade acabam desviam e corrompendo este voto com a igreja, mas tudo isso escondidos, pois muitos acabam abusando sexualmente de crianças que geralmente são coroinhas das paróquias, outros se deixam levar para os vícios de bebidas e até mesmo ao pecado da carne, o desejo sexual. Temos também o onzeiro que se espelha nos comerciantes que adoram roupar com preços de suas mercadorias muito altos sobre as pessoas físicas, também aqueles que sonegam impostos assim roubando do governo, sem contar que aos próprios políticos se encaixam nesta característica, pois adoram roubar o dinheiro dos cidadãos e ainda compram votos do povo. E a outra comparação é da alcoviteira, que são as prostitutas, que se prostituem para arrumar dinheiro pois segundo elas é uma forma gostosa e rápida para se arrumar dinheiro.

Moisés, Massaud, 1928- a literatura portuguesa através dos textos/ 30. Ed. São Paulo: Cultrix, 2006

trovadorismo

Trovadorismo


   Os historiadores costumam limitar o Trovadorismo entre os anos de 1189 ou 1198 e 1385.          O Trovadorismo corresponde à primeira fase da história portuguesa ao período da formação de Portugal como reino independente. É o período literário que reúne basicamente os poemas feitos pelos trovadores para serem cantados em feiras, festas e nos castelos durante os últimos séculos da Idade Média. É contemporâneo às lutas pela independência e ao surgimento do Estado português e à dinastia de Borgonha,
   O trovadorismo  é o conjunto das manifestações literárias contemporâneas à primeira dinastia de Borgonha (1109-1385) Alguns aspectos da história da Península Ibérica são importantes para entendermos certas características das manifestações literárias desse período:

a) O feudalismo, já em declínio, terá reflexos até mesmo na linguagem da poesia amorosa, como veremos adiante. As cortes dos reis e dos grandes senhores feudais são os centros de produção cultural e literária
.

b) A reconquista do território, dominado pelos árabes desde o século VIII, faz prolongar, na nobreza ibérica, o espírito guerreiro e aventureiro das Cruzadas. Daí o gosto tardio em Portugal pelas novelas de cavalaria. 

c) Por último, o profundo espírito religioso medieval e teocêntrico refletirá tanto nas já citadas novelas de cavalaria como na poesia de temática religiosa (Cantigas de Santa Maria, de D. Afonso X) e nas hagiografias (vidas de santos) e obras de devoção.
   Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.
   O mesmo subdivide-se em três categorias: cantigas de amigo, cantigas de amor e cantigas de escárnio e maldizer.
Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.

Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.

Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).

Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado. 
   Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, D. Afonso X, Frei João Álvares, Gomes Eanes de Zurara, Fernão Lopes.
D. Duarte
   D. Duarte foi o décimo primeiro rei de Portugal e o segundo da segunda dinastia. D. Duarte foi um rei dado às letras, tendo feito a tradução de autores latinos e italianos e organizando uma importante biblioteca particular. Ele próprio nas suas obras mostra conhecimento dos autores latinos.

D. Dinis
   Dom Dinis, o Trovador, foi um rei importante para Portugal, sua lírica foi de 139 cantigas, a maioria de amor, apresentando alto domínio técnico e lirismo, tendo renovado a cultura numa época em que ela estava em decadência em terras ibéricas.
Paio Soares Taveirós
   Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) era um trovador da primeira metade do século XIII. De origem nobre, é o autor da Cantiga de Amor A Ribeirinha, considerada a primeira obra em língua galaico-portuguesa.
D. Afonso X
   D. Afonso X, o Sábio, foi rei de Leão e Castela. É considerado o grande renovador da cultura peninsular na segunda metade do século XIII. Acolheu na sua corte e trovadores, tendo ele próprio escrito um grande número de composições em galaico-português que ficaram conhecidas como Cantigas de Santa Maria. Promoveu, além da poesia, a historiografia, a astronomia e o direito, tendo elaborado aGeneral Historia, a Crônica de España, Libro de los Juegos, Las Siete Partidas, Fuero Real, Libros del Saber de Astronomia, entre outras.

Fernão Lopes
   Fernão Lopes é considerado o maior historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela busca da verdade. D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar à investigação da história do reino, devendo redigir uma Crônica Geral do Reino de Portugal. Correu a província a buscar informações, informações estas que depois lhe serviram para escrever as várias crônicas (Crônica de D. Pedro I, Crônica de D. Fernando, Crônica de D. João I, Crônica de Cinco Reis de Portugal e Crônicas dos Sete Primeiros Reis de Portugal). Foi “guardador das escrituras” da Torre do Tombo.
Frei João Álvares
   Frei João Álvares a pedido do Infante D. Henrique, escreveu aCrônica do Infante Santo D. Fernando. Nomeado abade do mosteiro de Paço de Sousa, dedicou-se à tradução de algumas obras pias:Regra de São Bento, os Sermões aos Irmãos do Ermo atribuídos a Santo Agostinho e o livro I da Imitação de Cristo.
Gomes Eanes de Zurara
   Gomes Eanes de Zurara, filho de João Eanes de Zurara. Teve a seu cargo a guarda da livraria real, obtendo em 1454 o cargo de “cronista-mor” da Torre do Tombo, sucedendo assim a Fernão Lopes. Das crônicas que escreveu destacam-se: Crônica da Tomada de Ceuta, Crônica do Conde D. Pedro de Meneses, Crônica do Conde D. Duarte de Meneses e Crônica do Descobrimento e Conquista de Guiné.
   Agora veremos algumas cantigas de gêneros diferentes que se destacou no trovadorismo:
Canção de amor
                              D. Dinis
 Quer’eu em maneira de proença!
fazer agora um cantar d’amor
 
e querrei muit’i loar lmia senhor
 
a que prez nem fremosura nom fal,
 
nem bondade; e mais vos direi ém:
 
tanto a fez Deus comprida de bem
 
que mais que todas las do mundo val.
 
Ca mia senhor quizo Deus fazer tal,
 
quando a faz, que a fez sabedord
 
e todo bem e de mui gram valor,
 
e com tod’est[o] é mui comunal
 
ali u deve; er deu-lhi bom sém,
 
e desi nom lhi fez pouco de bem
 
quando nom quis lh’outra 
 
foss’igual
Ca mia senhor nunca Deus pôs mal, 
mais pôs i prez e beldad’e loor
 
e falar mui bem, e riir melhor
 
que outra molher; desi é leal
 
muit’, e por esto nom sei oj’eu quem
 
possa compridamente no seu bem
 
falar, ca nom á, tra-lo seu bem, al.

Canção de amigo
                             Martim Codax

Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo?
E ai Deus, se verra cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado?
E ai Deus, se verra cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro?
E ai Deus, se verra cedo!
Se vistes meu amado,
por que ei gran coitado?
E ai Deus, se verra cedo!

CANTIGA DE ESCÁRNIO:

Pero Larouco

De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade (...)

CANTIGA DE MALDIZER:
                                        
                                                João Garcia de Ghilhade

Ai, dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, se Deus mi pardom,
pois avedes [a]tam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero ja loar toda via;
e vedes qual sera a loaçom:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora ja um bom cantrar farei,
em que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!

   Por fim, São admitidas quatro teses fundamentais para explicar a origem do trovadorismo: a tese arábica, que considera a cultura arábica como sua velha raiz; a tese folclórica, que a julga criada pelo próprio povo; a tese médio-latinista, segundo a qual essa poesia teria origem na literatura latina produzida durante a Idade Média; e, por fim, a tese litúrgica, que a considera fruto da poesia litúrgico-cristã elaborada na mesma época. Todavia, nenhuma das teses citadas é suficiente em si mesma, deixando-nos na posição de aceitá-las conjuntamente, a fim de melhor abarcar os aspectos constantes dessa poesia.
Referencias:
http://www.algosobre.com.br/literatura/trovadorismo
Moisés, Massaud, 1928- a literatura portuguesa através dos textos/ 30. Ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

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classicismo

Classicismo

   É a fase literária do Renascimento, movimento de renovação cientificam artística e cultural, que marca fim da idade média e nascimento da idade moderna da Europa. O renascimento é o fruto do crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades europeias.
   A época do classicismo inicia se em 1527, com o grandioso Sá de Miranda regressando da Itália, entra a divulgar em Portugal os novos ideais estéticos e termina em 1580, quando falece Camões e Portugal passa o domínio da Espanha. Constituindo a faceta estética da renascença, o movimento clássico, assim chamado porque objetivava a imitação dos antigos gregos latinos, deu margem ao cultivo da poesia, da historiografia, da literatura de viagens, da novelística, do teatro clássico e da prosa doutrinária.
   O poeta mais importante do classicismo português foi Luiz Vaz de camões, sendo a sua maior obra, os Lusíadas, a maior epopeia já escrita em português. Camões nasceu em 1524 ou 1525, talvez Lisboa, Alenquer, Coimbra ou Santarém. Era originário de família fidalga da Galiza, na sua juventude frequentou a corte e alguns cursos escolares onde teve contato com alguns escritores antigos e modernos como Homero, Virgilio, Ovídio, Petrarca, Boscán, Garlacioso e outros. Em um combate na áfrica acaba perdendo o olho direto, volta a Lisboa e em 1552 na recessão de Corpus Christi, fere Gonçalo Borges, servidor do paço. Em 1553 escapa da prisão e viaja para Índia. Em 1556 assume o cargo de “provedor dos bens de defuntos e ausentes” em Macau, onde teria composto parte dos Lusíadas. Camões produzia poesias do gênero lírico, épico e peças teatrais. Gostava de relatar as glórias do povo português.
   Segue um trecho da principal obra de camões, os Lusíadas, um poema que celebrava feitos marítimos e guerreiros recentes de Portugal, narrando também à história do país. É constituída por 1102 estrofes organizadas em oitava rima (abababcc) e 8816 versos todos decassílabos.
Os lusíadas
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Invocação às Ninfas do Tejo [...] (Camões, 1572) -
http://oslusiadas.org/i/3.html
   Também teve importância na era do classicismo o poeta Francisco Sá de Miranda, quem introduziu os conceitos renascentistas e o soneto á Portugal. Antes os poemas eram formados por redondilhas menores (cinco silabas poéticas) e redondilhas maiores (sete silabas poéticas), mas com a introdução do soneto passaram a ver versos decassílabos. Tudo isso foi possível porque na Itália Sá de Miranda entrou em contato com o humanismo e pode através dele mudar a visão medieval que tinha e levar o classicismo á Portugal trazendo uma nova estética, introduzindo o soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas e as comédias estrangeiras e Vilhalpandos, e algumas Cartas em verso, sendo uma delas dirigida ao rei D. João III, de quem era amigo. Faleceu em amares, no Minho, na quinta para onde se retirara por não se ter adaptado á vida da corte.
   Segue um trecho de uma de suas principais obras:
Comigo me desavim.
Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor, da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?[...] (Sá de Miranda,)
   Bernardim ribeiro foi um escritor e poeta português renascentista. A sua principal obra é a novela saudades, mais conhecida, porém como menina e moça (da primeira frase da novela, que se tornou um tópico da literatura portuguesa: menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe...)
   Teria freqüentado a corte de Lisboa, colaborou no cancioneiro geral de Garcia de Resende, que assim como Bernardim pertenceu á roda dos poetas palacianos juntamente com Sá de Miranda, Gil Vicente e outros.
   Praticamente nada se sabe de certo na vida de Bernardim Ribeiro. Presume-se que nasceu por volta de 1482. Não se conseguiu ainda provar que este poeta Bernardim Ribeiro e um seu homônimo que frequentou entre 1507 e 1511, a universidade de Lisboa, e que em 1524 foi nomeado escrivão da câmara, fossem a mesma pessoa.
   Tão misterioso quanto o nascimento é a morte do escritor. Alguns autores datam-se como 1552. Porém, pela leitura da écloga Basto de Sá de Miranda é escrita antes de 1544, verificamos que este autor se refere ao seu “bom ribeiro amigo” como já falecido.
   Considerando especulativas todas as referencias sobre as datas e locais de nascimento, período de vida e morte de Bernardim Ribeiro, algumas alusões autobiográficas á "aldeia que chamam torrão” e a um “monte” podem levar-nos a considerar que o autor era oriundo da vila do torrão, baixo Alentejo. Na vila encontra-se atualmente uma estatua em homenagem ao escritor. Outro monumento ao autor pode ser encontrado no museu de évorora onde existe uma estatua de António Alberto Nunes (1838 – 1912).
   Segue em seguida um trecho da obra Menina e Moça de Bernardim Ribeiro.
Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe. Que causa fosse então a daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora não lhe ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi. Vivi ali tanto tempo quanto foi necessário para não poder viver em outra parte. Muito contente fui a aquela terra, mas, coitada de mim, que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava. Grande desaventura foi a que me fez ser triste ou, per aventura, a que me fez ser leda. Depois que eu vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal que tinha. [...] (RIBEIRO, 1645)
   Concluindo, o classicismo foi, no plano literário, o retrato vivo da renascença. Os escritores clássicos do renascimento seguiram de perto a literatura da antiguidade, cujos modelos foram imitados ou adaptados á realidade da época. Como conseqüência, suas obras revelaram, na estrutura formal, a rigidez das normas de composição de acordo com os padrões consagrados pela tradição greco-latina. Em seu conteúdo, mostravam o paganismo, o ideal platônico de amor e outras marcas especificam de tradição antiga. As notas medievais quinhentistas contêm um impulso que se tornou presente, explicitamente ou não ao longo de toda a literatura portuguesa, cruzando os séculos. O classicismo é profundamente influenciado pelos ideais humanistas, que colocam o homem como o centro do universo. Reproduz o mundo real de forma verossímil, mas moldando o segundo o que é considerado ideal.
Referencias:
Moisés, Massaud, 1928- a literatura portuguesa através dos textos/ 30. Ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
WWW.slideshare.net/bernardim-ribeiro
Cvc.instituto-camoes.pt/ literatura/bernardim.
WWW.portaldaleitura.com/livros.php?livro1244
WWW.terravista.pt/aguaalto/4589